terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Água para sorte e saúde no Ano-novo



“Água que nasce na fonte,
Serena do mundo,
E que abre um profundo grotão.
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...
Águas escuras dos rios,
Que levam a fertilidade ao sertão.
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...”
(Guilherme Arantes)

Comer romã e lentilhas, usar roupas brancas e novas, guardar sementes de uvas... Sugestões para atrair sorte não faltam em qualquer Réveillon. Eu sugiro algo que nada tem de supersticioso, mas possui o claro significado de vida, saúde e bem-estar: a água. Por dentro ou por fora, ela faz a faxina que a gente precisa para mudar o ciclo e entrar, com o pé direito, no novo ano.
Como é verão, fica fácil. Água vai bem com tudo: pura, em sucos de frutas e outros mais, como o de clorofila, em chás gelados... E o que não dizer da deliciosa água de coco? Já que somos constituídos de muita água, consumi-la é essencial. Nesta estação quente, melhor beber que comer. E se considerarmos que os festejos envolvem bebidas alcoólicas, hidratação faz um bem enorme ao corpo, ressentido da exposição solar. Mesmo ao comer, dê preferência a frutas como melão e melancia, a gelatinas (a aguar-aguar, feita de algas, é melhor ainda), sorvetes sem leite, saladas coloridas e legumes no vapor. Entre as carnes, como não poderia deixar de ser, a de peixe combina com verão, especialmente grelhada. Bom quem pode pescá-lo fresquinho e sem metais pesados.
Por fora, recomendo um banho. De mar, claro, tão disponível para nós, só que olho na bandeira da Sabesp. Em casa, um simples banho de chuveiro refresca, acalma a mente e aquieta o coração: se frio, é revigorante; morno, relaxante; e quente, no inverno, aconchegante. Para os místicos, na net há várias receitinhas de banhos com ervas, como o poderoso alecrim, para levar os maus fluídos ralo abaixo.
Banho de cachoeira é um luxo para poucos. Como canta a incrível Tetê Espíndola e sua voz de ave pantaneira: “Há um chuvisco na Chapada. Em toda mata um cochicho em cê-agá. Chuá-chuá na queda d'água. Em me espicho e fico quieta, nada me falta”. Já me sinto lá...
Perfumes? Sim, as águas de colônia são muito suaves, que prolongam a sensação de banho e produzem uma aura gostosa. São completamente "out" os perfumes pesados, típicos do inverno, que agridem o olfato. Ao invés de atrair, espanta. Mandarina, lavanda, frutas cítricas, são muitas as águas perfumadas, basta escolher uma que combine com você.
Para desacelerar, nada como uma piscina. Os movimentos são lentos, exigem mais e nos recordam o útero materno. Aliás, parênteses para mamães e papais: para acalmar os bebês, a nova moda é o banho de balde, acredite se quiser. Voltando ao banho, quem pode usufruir dos benefícios das saunas ou das termas, maravilha também.
Só não vale uma coisa: desperdício. Não gaste água lavando carros, calçadas e de outras formas desnecessárias. Hoje a temos e um brinde a isto. No futuro, para as próximas gerações, o que equivale dizer aos nossos descendentes, a água potável talvez seja ainda mais preciosa. Quem sabe, rara. Portanto, preserve.
Ah, também não vale contaminá-la, mesmo em atitudes banais como derramar óleo de cozinha na torneira da pia – experimente fazer sabão. Ensine isso às crianças e ajude a criar cidadãos mais conscientes. Para que nos próximos anos possamos continuar brindando o Réveillon com muita água.
É isso: em 2010, te desejo paz, tranquilidade, amor e muita sombra e água fresca. Agora pode pular as sete ondas do mar e beber champagne (sem dirigir depois, lógico), que ninguém é de ferro. Pelo contrário, somos 70% água. Boa sorte!

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