"Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio..." (Pato Fu)
Dizem que o apressado come cru. Acho que ele não come nunca! Vive olhando compulsivamente para um relógio qualquer e não se desliga de nada, exceto da sua própria essência, do seu bem-estar. Foi assim comigo.
Meu verbo preferido era “poder”. Achando que eu podia fazer tudo, levava matérias para fazer em casa, depois de 12 horas de trabalho, assumia múltiplas funções, fazia o trabalho dos outros. Isso só no âmbito profissional. Cheguei a fechar, sozinha, como única repórter e editora ao mesmo tempo, um jornal tamanho standard de oito páginas, três vezes por semana. E ainda era mãe, mulher, cidadã, amiga e tudo o mais.
Jornalismo é assim. Não é à toa que os recém-formados são chamados de “focas”, pois parecem mesmo esses animaizinhos elétricos e curiosos. A agilidade é primeiro quesito, talvez por isso tantos erros, gramaticais e de informações, surgem na mídia. A palavra tempo não existe no dicionário dessa profissão, onde impera o “dead line”. Por isso, durante anos achei que fazia a coisa certa, que era aceita e admirada pela minha extrema objetividade.
Meu despertar definitivo para o que parecia ser uma característica normal, e que era um problema de saúde (física e mental), deu-se nas páginas de uma revista feminina que abordava a tal Síndrome da Pressa. Logo de cara me identifiquei com o perfil mais comum e conclui que estava sofrendo desse mal.
Fiz análise, mapa astral, pesquisei minhas constelações familiares, li muitos artigos para tentar entender o lugar exato em que me desviei do meu caminho para pegar um atalho. A análise transacional, com a terapia Gestalt, me esclareceu alguma coisa e ajudou a clarear o presente considerando meu passado.
Confesso que não sei a partir de quando passei a ser excessivamente apressada, nem lembro se já era assim. Meu pai parece hiperativo, talvez seja um componente hereditário. Na falta de um diagnóstico exato, preferi considerar que posso ter me condicionado a agir dessa forma.
Meu desafio era montar uma estratégia pessoal para superar a pressa sem recorrer a remédios. Ao conversar com outras mulheres sobre o problema, ouvi relatos de farmacodependência (pacientes que na busca pelo controle da ansiedade não conseguiam mais dormir sem remédios), auto-medicação ou o “clube do remédio”, quando uma amiga passa fórmulas para outra. Artificialmente serenas, elas consideravam irrelevantes efeitos colaterais como a diminuição da libido, quase uma unanimidade. Isso prejudicava relações afetivas. Para evitar brigas homéricas com parceiros, pais, filhos e quem mais passasse à frente, as mulheres estavam pagando qualquer preço.
Oi Nadia, que legal o blog da jornalista mais competente de Praia Grande,tenho certeza que será um sucesso e muita gente irá te acompanhar,quanto a sua estratégia de vencer a pressa procure achar o meio termo,lembre de uma pessoa que é maravilhosa,um coração enorme e um grande TA LENTO O Edgar que com certeza torce por você e vai te acompanhar neste espaço. Empreste para ele um pouquinho da sua pressa.
ResponderExcluirAbraços
Engraçado, mas a impressão que me deu é que, com tanta pressa, vc esqueceu de concluir seu raciocínio nesta sua primeira postagem..to enganada? Ou a proposta é mesmo de discutir essa urgência por tópicos?
ResponderExcluirGostei da lembrança do "ta-lento". Sorte dele que nao precisou entregar tres ou quatro materias por dia...rs...Na verdade, creio que numa redação é difícil superar a sindrome da pressa.
Vou aguardar suas próximas considerações. Ah, e te espero tb em meu blog.
Beijos
Ka
Realmente o primeiro post ficou no ar mesmo!
ResponderExcluirBem, espero que esteja gostando dessa atividade blogueira. Quando vi sua paixão por fotos, além da existência de textos interessantes teus, sempre te recomendei que abrisse um blog...e agora, cá estás!
Passarei sempre aqui, mas sempre com calma, senão as ideias aqui postadas podem fugir e não serem captadas!
Enjoy it!
E, assim como Kátia disse, digo também para que passe em meu blog (na verdade tenho dois...).
Beijo!