quinta-feira, 13 de maio de 2010

Diga sim, sem pressa e com amor

"Então case-se comigo numa noite de luar

Ou na manhã de um domingo à beira mar
Diga sim pra mim
Case-se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com bouquet e lua de mel
Diga sim pra mim"
(Isabella Taviani)

No passado, valorizar cerimônias em momentos marcantes, como casamento e formatura, me parecia pura perda de tempo. Hoje penso diferente.
Uma colega casou no Sul e, ao entrar no site do fotógrafo, vi fotos lindas, despojadas, naturais. Nada posado, artificial, com maquiagens carregadas e vestidos empolados. Tudo muito simples, natural, tradicional, mas incrivelmente original. Adorei. Impossível não se encantar.
Aí pensei na quantidade de mulheres que neste mês, o das noivas, chegam ao altar depois de uma verdadeira maratona de compromissos exaustivos - que, aliás, virou até série de tevê, "Noivas neuróticas", nome que caiu como uma luva. São meses de antecedência para garantir o espetáculo e uma enorme canseira. Da escolha do modelo do vestido ao boneco do bolo, do convite ao lugar da lua de mel, o que deveria ser prazeroso acaba sendo alvo de muita irritação, principalmente se a noiva for daquelas que querem controlar cada detalhe. No final, além de uma baita dor de cabeça, o que sobra são imagens que retratam o artificialismo. Imagens sem vida, sem emoção, que se perdeu quem sabe na loja que vendeu as alianças de ouro ou na floricultura que decorou a igreja. Movimentos engessados, rostos suados e mantidos com muita base, sorrisos forçados, coroados por uma aura de preocupação.
É que as pessoas valorizam as coisas erradas. O álbum, a festa, o vestido, o glamour, nada disso é mais importante que a espotaneidade do amor. E o que é o casamento senão a celebração do amor? Da união de apaixonados?
As fotos do casamento que eu vi revelam um par afinado e íntimo como só conseguem formar as pessoas convictas da certeza do mais nobre sentimento humano. Fotos que flagram uma noiva bela e tranquila, serena em seu vestido branco e simples; um noivo brincalhão e feliz. No calor do aconchego das famílias e de amigos, uma vida em comum festejada com alegria. Sorrisos verdadeiros e risos dos momentos mais cômicos. Nenhuma ostentação, nenhum luxo, mas a elegância discreta de quem nunca pretendeu impressionar os outros. Imaginei aquele casal velhinho, lá na frente, revendo o álbum.
Voltei a navegar pelos sites de notícia e me deparei com mais uma celebridade que teve seu deslumbrante casamento desfeito sob acusações mútuas. O castelo de areia que desmoronou na primeira onda. Parei e pensei quanto tempo, dinheiro e energia gasto com o que não vale a pena. O que importa mesmo não exige neurose, estresse e pressa. Só basta amar.

PS.: Sim, eles curtiram cada minuto da festa, que durou três dias... E o fotógrafo é Filipe Francisco.

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