"Palavras apenas, palavras pequenas,
palavras"
(Palavras ao Vento, Cássia Eller)
Palavra, uma vez dita, não retorna. O mal já foi causado, a dor, e o máximo que podemos fazer é pedir desculpa, mas a sombra do que se disse sempre fica, ostensiva, opressora, inquirindo em silêncio cada sentença, duvidando de afirmações, comprometendo relacionamentos.
Por pressa e estresse, vomitamos sobre o outro palavras que doem mais que um tapa na cara. Minha avó costumava dizer que a boca fala do que o coração está cheio, o que acho em parte verdade. Em parte. Às vezes não temos a menor intenção de agredir, na maioria das vezes não "perdemos tempo" pensando antes de falar e simplesmente falamos. Conselhos não pedidos, gafes de toda ordem, fofocas e besteiras que poderiam ser evitadas.
Na Era da Internet, mandamos e-mails como palavras e, como as ditas em alto e bom som ou as sussurradas, as virtuais vão direto para a caixa postal daquela pessoa. Num momento difícil ou de pura distração, lá foi ela como um torpedo e tudo que podemos fazer é ler "Sua mensagem foi enviada" com um pesar dentro do estômago e um enorme arrependimento. Irreversível.
Vamos tentar praticar - eu também, lógico! - refletir um pouco antes de abrir a boca ou mandar uma mensagem porque não há como interceptá-la no caminho. Esses poucos segundos vão nos poupar de tristezas e problemas, evitar tantos dissabores, falhas de comunicação, incompreesão e equívocos.
E como temos dois ouvidos e uma boca, vamos tentar ouvir mais e falar menos.
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