"Tudo bem... Até pode ser. Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas"
("Dom Quixote", Engenheiros do Hawaii)
O tempo pára. Respiro. Avanço. E entorpeço com aquela sensação de inundação que me invade antes do choro compulsivo. Mas não choro, pois estou vazia.
O tempo voa. E me arrasta com a força de um vendaval de pensamentos, fazendo-me chocar contra a brutalidade da consciência, que pesa e cobra uma posição, uma ação.
Na boca e no estômago, sinto a sensação amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal.
Leio os jornais. Notícias banais. Comentários irreais. Não creio que a vida seja tão sem significado para tanta gente.
Em que mundo eu vivo? Olho ao redor e há tanta mediocridade que me faz querer voltar para o útero da minha mãe, levando meus filhos, claro.
Que fruto darei? Qual a minha bandeira?
Respiro.
Lamento.
E não sei o que fazer.
Queria ser Dom Quixote.
(Volto a escrever)
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