"Melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez" (Lobão)
Cena: cheia de urgência, chego à beira da calçada e vejo o semáforo vermelho, barrando uma fila de motoristas de automóveis loucos para acelerar. E naquele "olha-pensa-para ou corre", na dúvida se dará tempo para atravessar e vendo a ampulheta do semáforo se esgotar, na iminência do verde abrir passagem para aquela manada, ali naquela cena patética, olho para o lado e vejo uma mulher com um bebê no colo. Deixo de pensar no dilema de atravessar ou não a rua e penso que aquela mulher poderia ser eu, e seu bebê, meu filho mais novo, ainda de colo. Com um sorriso, ela diz: "Melhor esperar um minuto na vida que perder a vida em um minuto". Em cheio. Como uma torta na cara.
Naquele momento que me pareceu congelado, o sinal abriu para os carros e o que parecia eternidade se esgotou em alguns segundos ligeiros. Com segurança, atravessamos a rua movimentada, cada uma para o seu caminho. Meus passos e a minha consciência ficaram mais leves.
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